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O cheiro do ralo - O lado obscuro de cada um


Selton Melo faz parte de uma geração de atores brasileiros que surgiu através das novelas, mas logo desistiu e achou seu rumo no cinema. Sem dúvida uma das decisões mais inteligentes e certas de sua vida. Seu nome está acima da maioria de atores globais e vê-lo no cinema é sinônimo de diversão e boa atuação. Entram nesse grupo ainda, Mateus Nashtergaele e mesmo, Rodrigo Santoro. O cheiro do ralo é a consagração de Selton, em mais um papel desafiador e inteligente, e que mostra a qualidade do cinema brasileiro.

Na história, ele é Lorenço, um antiquário que humilha as pessoas simplesmente por prazer. Atormentado por um cheiro de ralo de seu banheiro, ele torna-se obcecado pela bunda de uma garçonete e por um olho de vidro que compra de um cliente. Tudo isso ruma para um trágico desfecho.

O baixo orçamento do filme nem se faz notar. O elenco bem entrosado e competente não deixa o espectador notar os poucos planos de movimento que o filme proporciona. Feito quase todo em planos fixos, o filme tem uma boa fotografia e iluminação, cortes com timming, o que favorece as atuações ao invés de torná-las oblíquas.

Lorenço é o personagem mais interessante dessa história toda. Seus desejos, decepções, desgosto com a vida e obsessões fazem com que você o odeie com todas as forças, para logo depois, ter pena dele. A atuação de Selton é fundamental para essa compreensão do personagem. Ele torna o seu desinteresse em uma arma para arrebatar o espectador e prende-lo ao filme. Sua obsessão pelo cheiro do ralo ou pela bunda, que culmina em um final grandioso, são latentes e escondidos, mas manifestam-se nos momentos propícios. O cheiro e a bunda estão sempre lá.

Tudo para apresentar um pequeno pedaço da humanidade. O cheiro do ralo é aquela parte do nosso interior, suja e mal-cheirosa, que nós tentamos ignorar, disfarçar e dizer que não somos nós. E mesmo assim, nunca abandonamos, porque em um certo ponto, só ela nos satisfaz. É o desejo secreto que nos traz vergonha, mas que não abandonamos porque precisamos dele para nos satisfazer. O poder pode conseguir tudo, mas a bunda continua nos perseguindo até o fim derradeiro. Desejo que é saciado, mas não tira a vontade de cheirar o cheiro do ralo.

Especial: Cinemas para ir, cinemas para evitar


Cansado de ir sempre no mesmo cinema e já não aguentar mais a cara daquele lanterninha chato, que vive implicando com você? Ou ainda, no cinema onde você vai, sempre tem um cara que fica com a cabeça tapando metade da tela justamente nas cenas mais legais do filme?

Pois saiba, meu caro amigo e prezado leitor, há escapatória para esse sofrimento. Depois de muito pensar, cataloguei e organizei os melhores cinemas, e lógico, aqueles que você pode passar longe. Mesmo assim, se não houver escapatória, o importante é assistir ao filme desejado. E vamos lá:

GNC Novo Shopping(Novo Hamburgo) - O cinema mais perto da minha casa, tem uma das pontuações mais baixas no índice geral. Chamado de A Grife da Sétima Arte, talvez se aplicasse mais como a grife mais barata, devido ao preço dos ingresso, que dos cinemas franquiados, é o mais barato. Ao entrar na área de cinema, um lobby com tvs exibindo trailers e puffs para alguns espectadores esperarem a abertura de sua sala. No canto direito de quem entra, pôsters com as próximas atrações. As salas 1,2,4 e 5, são praticamente iguais. Tamanho médio, pequeno, com uma tela legitimamente widescreen(ou seja, mais larga do que alta), mas não muito maior do que a sala poderia comportar. A única sala que apresenta uma tela um pouco maior, é a sala 3, que além de apresentar som digital, comporta mais pessoas também. Ainda assim, a qualidade de projeção é baixa e o som não suporta certos filmes(vide Cavaleiro das Trevas, onde as explosões saíam como estrondos irreconhecíveis das pequenas caixinhas). Além disso, o mau posicionamento das poltronas que não apresentam muito espaço para as pernas, consegue tirar a sua visão do filme se aquele cara um pouco mais alto resolver sentar bem na sua frente. 
Eu sei que não é culpa do GNC, mas o último ponto negativo a ressaltar é justamente o público que lá comparece. Simplesmente você não deve arriscar assistir filmes de terror neste cinema. Adolescentes na puberdade que não calam a boca um minuto, tornam-se rapidamente possíveis e desejosos alvos daquela garrafa de refrigerante na sua mão. Quebra todo o clima de tensão do filme e, ao final, resmungam alguns "não entendis" imbecis de quem definitivamente não sabe o que quer da vida. 
Agora, o GNC tem pelo menos 2 pontos positivos: 1) o excelente plano de fidelização, que após 20 filmes em um ano, lhe garante cartão VIP com: preferência nas filas(o que faz você passar zombando por aqueles adolescentes acima citados), desconto e troca por prêmios. Nenhum outro cinema apresenta esse sistema. 2) As pipocas doce e salgada são ótimas.
Nota: 6,5

Cinema Arco-Íris(Rua da Praia) - Você sabe que está muito afim de ver um filme, quando a sala que você entra, cheira a fralda suja. Apesar do preço quase abusivo(10 reais), o cinema consegue superar os pontos negativos do GNC. A tela é maior, mas mal posicionada. Não importa se você sentar no último banco, ficará com torcicolo. Isso porque a tela é alta demais para o nível das cadeiras. Fora isso, o cinema dá prioridade parafilmes essencialmente brasileiros e diversificados, fora dos grandes blockbusters. Mas, é preciso ter um pouco de paixão pelo cinema para encarar uma sessão ali.
Nota: 5,0

Casa de Cultura Mário Quintana(Rua dos Andradas) - Alia preço a qualidade. Você vai à casa, se gosta muito de cinema. Filmes fora de circuito e mesmo blockbusters, a programação é diversa. 4 reais para estudante, e com um café excelente logo ao lado da bilheteria, é uma pedida excelente para o sábado cultural que você deseja realizar. As telas têm bom tamanho, o som é bom. O importante é curtir a história do filme. Mesmo com posicionamento de poltronas não tão ideal, não atrapalha se alguém sentar à sua frente. Mas, chegue umas duas horas antes, e curta as exposições da Casa. Vale a pena.
Nota: 8,5

Cine Arco-Íris(Av. Assis Brasil) - Diferente de seu irmão da Rua da Praia, esse cinema já é um pouco mais avançado. Apresenta salas Stadium(aquelas com inclinação vertical), bom espaço entre as poltronas, uma tela bem grande(estamos chegando nas ideais) e uma qualidade de som invejável. Dos já citados, é o melhor na questão técnica. Com programação diversificada, exibe filmes blockbuster, mas programação idependente e fora do circuito comercial. Única ressalva: o shopping "em anexo" é bem chatinho.
Nota: 8,0

Unibanco Arteplex(Bourbon Country) - Não são todas as salas do Arteplex que são boas e não são todas que eu conheço também. Mas o cinema possui uma sala de projeção 3D(que até o momento não passou sequer um filme decente), onde você usa aqueles óculos que tiram os personagens da tela. A maioria das salas são em formato Stadium, com telas grandonas e boa qualidade de som, mas o preço do ingresso é salgadinho...A bomboniére não tem muita variedade e ao menos a sala6 é em formato simplificado, tipo GNC. Apresenta programação bem variada, desde blockbusters até filmes longe do circuito convencional. Ponto positivíssimo: Neste shopping encontra-se a livraria Cultura. Dá pra perder algumas boas horas lá dentro. Só cuide para não perder a sessão que você comprou o ingresso.
Nota: 9,0 

Cinesystem(Shopping Total) - Isso é o que podemos começar a chamar de cinema. Salas enormes, Telas gigantescas, espaço para você esticar as pernas, colocar bagagem, som fabuloso, preço bom...Único pecado: a pipoca não é tão boa assim. 
Nota: 9,5

Cinemark(Ipiranga) - Quase perfeito! Telas gigantescas, espaço nas poltronas(reclináveis), banheiros nos corredores, qualidade de som e imagem excelentes, pipoca maravilhosa, Refrigerante ótimo. Os preços são altos, mas vale a pena. Torna o cinema não apenas uma distração, mas uma experiência. Só não leva a nota máxima, porque existe o tal do IMAX. E esse...bem, ano eu vem a gente descobre.
Nota: 9,8

Não é querer ser chato, mas nós pagamos caro muitas vezes para imergirmos em uma experiência e qualquer fator que nos incomode, pode tirar essa experiência. Cinema é entretenimento. Mas, pode ser muito mais do que isso e tornar-se algo inesquecível.

Vicky Cristina Barcelona - Um passeio pela cidade luz espanhola


Scarllet Johanson é linda. Penélope Cruz, o mesmo. Ambas em um mesmo filme é o sonho de qualquer homem em sã consciência. E Woody Allen juntou elas em seu mais recente filme, para discutir globalização, sonho americano e repressão sexual e sentimental.

Tudo começa quando Vicky e Cristina decidem passar alguns meses na Espanha. Vicky vai estudar catalão e na volta, se casar com um empresário de sucesso. Tudo milimetricamente planejado. Já Cristina é o extremo oposto: desapaixonada, tenta solucionar o mistério daquilo que realmente quer. Não se decide profissional e muito menos amorasamente. Lá, conhecem um pintor problemático(o oscarizado Javier Bardem) que convida-as para um tour pelo interior do país, que mudará completamente o destino da história.

Woody Allen parece ter largado de vez NY. Seus últimos filmes têm sido rodados mais na Europa do que nos EUA, principalmente pela falta de verba do diretor. Em Vicky Cristina, o elemento central da história não é nenhum dos três personagens, mas as paisagens quase místicas e sedutoras do território espanhol. O diretor não perde tempo com passagens desnecessárias em sua obra. O que não tem valor para a história, é simplesmente contado pelo narrador em off, o que barateia os custos e ainda prioriza mais as atuações e os triângulos amorosos que se controem e se desfazem em questão de frames.

O trio protagonista é equilibrado e perfeitamente desconfigurado à medida que o filme avança. Vicky perde seu sentido de vida após uma noite com o pintor. Suas certezas afundam. Todos seus sonhos mostram-se tão frágeis quando um simples e imprevisível vento derruba seu castelo de cartas. Essa é a característica mais ressaltada do filme: a imprevisibilidade deixa a película apreensível a cada instante. Nos sentimos tão indefesos quanto os personagens.

Cristina, por sua vez, vê em Juan Antonio, o elemento que parece completar sua existência. E é isso que ele e a ex-mulher Maria Helena vêem em Cristina. O difícil relacionamento dos dois, parece resolver seu problemas com a presença da personagem, que descobre uma vocação e deixa sua vida equilibrada. Mas, será que ela busca esse equilíbrio?

A insatisfação gerada pelos desfechos, parece tornar o filme a seu ponto inicial. E faz refletir se nossos desejos humanos podem de alguma forma ser saciados ou se somos apenas escravos deles. Em um mundo cada vez mais cheio de certezas, nossas incertezas pessoais parecem tornar-se maiores e inigualáveis. Qual a saída que temos? Nos alienar?

3 em 1: Madagascar 2, Vicky Cristina Barcelona e Quase Irmãos


Sábado foi um dia prodigioso. Maratona de cinema, começando pela pré-estréia de Madagascar 2, passando por Woody Allen e sua Vicky Cristina, encerrando em grande estilo com o humor non-sense de Will Ferrell e John C. Reilly. Capacidade debilitada, dois dias pra deglutir, e cá estamos para a malhação de Judas de Segunda-feira.

Começo por:

Madagascar 2 - Eis que uma das primeiras animações da Dreamworks pós-Shrek, tornou-se rapidamente uma febre mundial, com a música I Like to move it, move it. Os divertidos animais do zoo de NY abraçaram a idéia quase esquecida da animação infantil e deram-se muito bem. Mas, não há como negar, Madagascar era um pé no saco. Depois de um começo muito engraçado, o filme perdia a força quando encarava a selva, lêmures, etc. Mesmo assim, tinha seus pontos altos. A grande arrecadação, gerou uma óbvia franquia.

E assistimos, Madagascar 2. O filme começa onde seu predecessor encerrou, quando os animais preparavam-se para voltar a NY, em um avião improvisado pela trupe de pinguins malucos(sem dúvida, as melhores tiradas do filme). Como era óbvio, o avião estraga e cai diretamente no coração da África. Lá, o leão Alex reencontra sua família perdida e os outros personagens(Marty, a zebra; Glória, a Hipopótamo e Melman, a girafa) acham um grupo ao qual fazer parte. Claro, que nesse meio tempo, a amizade de todos será colocada a prova.

Essa é a grande diferença para os filmes da Pixar. Aqui, o filme é previsível, abusa dos clichês de desenhos há décadas, traz uma mensagem positiva e vai embora. Mesmo com um olhar totalmente descompromissado, o filme tem pontos altos, mas navega muito nas piadas fáceis e grosseiras, que as crianças podem gostar, mas irrita um pouco quem procura algo mais no filme. Parece que o filme está ancorado no "I like to move it, move it", quando a música toca apenas nos créditos.

Até hoje, não consigo simpatizar com o rei lêmure. Aquele bicho é feio demais e antipático. Os "protagonistas" caminham tranquilos em suas histórias paralelas, mas são tantos personagens, que o filme parece muitas vezes perder o foco. Por isso mesmo, os pinguins(e seus novos amigos chimpanzés) são tão engraçados. Eles mandam às favas a história e trazem o melhor do non-sense. Esse é o ponto positivo que levanta o moral do filme.

Por isso, é felicidade das crianças assistir Madagascar 2. Além de todos os pontos citados, ele traz uma profunda preocupação com aquilo que elas levam do cinema. Questões como individualidade em uma cultura massificada, onde todos pensam, agem e são iguais, são mostradas de forma engraçada tanto do ponto de vista daquele que quer ser diferente ou daquele que sofre por isso.

Mas, o que vale mesmo são os pinguins e suas armações! Tudo feito a muito suor, cuspe e areia!

No próximo post: Vicky Cristina Barcelona.

Los Angeles: Cidade Proibida - Ótimo roteiro, ótimos atores, ótimo filme


Um pouco antigo, mas tão atual como sempre. LA é uma homenagem em todos os sentidos ao gênero noir. Desde a milimétrica construção dos cenários e figurinos à composição dos personagens, o filme privilegia os diálogos e a história bem elaborada, ao desgaste físico e visual dos filmes de ação. Quando o espectador imerge na atmosfera de mistério da película, só consegue se libertar ao final das mais de duas horas da história.

Los Angeles no começo dos anos 50, faz de tudo para melhorar a imagem da cidade e atrair turistas e pessoas interessadas na vida agitada e sucesso fácil. Mas, o crime organizado teve seu chefão preso e o vácuo deixado por ele, começa a gerar guerras entre criminosos, para tentar galgar o tão cobiçado posto. Uma chacina vai reunir três policiais completamente diferentes: Jack Vincensse, um tira interessado apenas em fama e dinheiro; Bud White, fiel aos colegas e bom policial, mas cabeça quente demais; e Ed Exley, um incorruptível policial que quer crescer na corporação.

No trio protagonista, Kevin Spacey e dois novatos no cinema comercial americano, Russell Crowe e Guy Pearce. Trio forte, conciso e que se completa de forma homogênea e clara. O personagem de cada um sofre todo o tipo de pressão psicológica, física e moral. Seus egos e força são torcidos ao extremo. Os valores se invertem e são testados a seu limite. Qualquer outro ator que quebrasse esse trio não suportaria algo tão complexo. De longe, uma das melhores atuações de Crowe. Guy Pearce conseguiu pouco depois de LA seu papel mor, em Amnésia, de Cristopher Nolan. E Kevin Spacey, bom, o cara já tem dois oscars. Sua despedida no filme parece dizer: Ok, deixe os garotos mostrarem a que vieram. Claro que, num Oscar onde o favorito a melhor ator é Jack Nicholson, por Melhor é Impossível, e Robin Williams tem um de seus melhores papéis em Gênio Indomável, não havia chance para o trio parada dura de LA. Quem levou o troféu consolação, foi Kim Bassinger, linda e maravilhosa como nunca antes...(mentira, ela está absurdamente incrível em Mundo Proibido).

Curtis Hanson, o diretor mostrou que era melhor do que seus "sucessos" anteriores, Rio Selvagem e A Mão que Balança o Berço. Interessante que foi só quando o diretor assumiu uma produção pessoal que seu nome foi reconhecido. E não poderia ser melhor. Mais de 10 prêmios, em qualidade técnica e uma direção impecável. Tomadas certas e no melhor estilo noir, cadenciam a atmosfera, até explodir em uma sequência final digna dos melhores filmes do gênero.

Roteiro bem amarrado, leva o espectador a desvendar junto com os protagonistas o mistério principal. O filme é para quem realmente gosta de cinema e aprecia o estilo. Isso não significa que outros não irão gostar. Apenas que, se você conhece o gênero, entende melhor.

Quem levantou o careca dourado em 98 foi Titanic. Mas LA, chegou bem perto...

Fome Animal - Gore dos Gores


Peter Jackson tem um passado quase impecável antes de sua obra-prima Senhor dos Anéis. No terror gore, aquele cheio de nojeiras e podreiras, Fome Animal é um clássico dos clássicos. Trasheira bem feita é outra coisa. Dá nojo, provoca e não perde a qualidade. E quando acaba, você sente que esse foi um divisor de águas na sua vida cinéfila.

A história não apresenta nada de novo. Uma criatura única é trazida da Ilha da Caveira, um lugar amaldiçoado. Exibida em zoológico, ela morde a mãe de superprotetora de um rapaz bobalhão. Rapaz inglês apaixonado pela bela latina Paquita, que começa a notar o estranho comportamento de sua mãe após a mordida. Logo a zumbizada aparece e começa toda a nojeira.

A direção impecável de Peter Jackson, mostra que o diretor sabe manter o filme interessante mesmo nas partes menos atraentes. As atuações exageradas, as piadas inesperadas, servem de paleativo antes das exacerbações de nojeira. É tudo muito bem construído, ou mesmo porcamente explicado,prepara para o terreno do propriamente dito, Gore.

A partir da metade do filme, membros voando pela tela, tripas morto-vivas, sangue, pus e cortadores de grama, fazem parte do show visual que o filme proporciona. Uma sucessão de melhores frases e cenas fazem de Fome Animal um clássico do gênero, insuperável até hoje.

Por uma vida menos ordinária - Boyle boyle boyle boyle


Depois de Trainspotting, Hollywood descobriu o talento do diretor Danny Boyle. Parece que esse foi o pontapé inicial para os grandes lançamentos. E lógico, para projetos menos autorais. Mesmo assim, Por uma vida menos ordinária tem o peso da mão do diretor desde os primeiros frames.

A história mostra dois anjos, que tem como missão na terra, juntar um casal praticamente improvável. De um lado, um faxineiro. Do outro, a filha de um grande empresário, que está entediada com a vida.

Tomadas excelentes de câmera mostram a capacidade de Boyle, definitivamente limitada no filme. A trilha sonora lembra bastante o filme anterior do diretor. A música eletrônica não cede espaço nos primeiros momentos da película e serve para dar o tom do filme. Comédia bem elaborada, com pitadas estranhas de romance.

Ewan McGregor segura as pontas muito bem, novamente como protagonista. Seu sotaque escocês é ressaltado e parece deixar as cenas ainda mais hilárias. Cameron Diaz, que apesar de lindíssima no filme, está bem sem sal. Parece não levar muito a sério o filme. Excetuando, claro, na parte da cantoria no bar, em que ambos estão ótimos.

A ressalva fica ao final do filme. Meio repetitivo e bastante estranho, pode não ser bem compreendido por boa parte do público(eu mesmo estou tentando entender...).

Em um plano geral, o filme não faz feio. Pelo contrário, foge da mesmice e repetição da fórmula de comédias românticas produzidas em Hollywood. E isso é uma motivação muito forte para você assisti-lo.

Era uma vez no oeste... - Sergio Leone e um dos maiores clássicos western


Grande febre dos anos 40, o cinema western teve como seu maior protagonista, John Wayne, a encarnação viva do cowboy. Indestrutível, rápido no gatilho e canastrão. Os anos passaram, e a moda tornou-se a ficção cinetífica. Mas o western seguia firme sua sina rumo ao ostracismo, perto da década de 70. Antes disso acontecer, um dos maiores diretores do gênero, chamou um proeminente ator, junto com um dos maiores canalhas do faroeste, Henry Fonda. Sergio Leone colocou a nova estrela, Charles Bronson, como protagonista de Era uma Vez no Oeste.

A história mostra uma viúva, que após ter sua família totalmente assassinada, descobre os planos de seu marido de construir uma cidade. Três homens misteriosos surgem na cidade, cada um levado por seus próprios motivos.

A direção do filme é impecável. A qualidade da película não deixa transparecer sua idade. Difícil acreditar que uma qualidade de imagem como aquela pudesse ser obtida na metade dos anos 60. Leone é um grande diretor e não tem pressa alguma em contar sua história. Os dez primeiros minutos tem menos de uma linha de diálogo, mas mesmo assim são incríveis. Roteiro inteligente, direção competente e trilha sonora marcante. Trabalho do veterano Enio Morricone, compositor especialista em westerns, que criou a trilha de Três homens em conflito.

As atuações do trio principal sustentam igualmente toda a história. Charles Bronson fala pouco, mas quando fala, sempre tem algo de efeito para nossos ouvidos. Sua primeira frase é uma das mais marcantes do cinema. Entre elas, dá pra citar:"Havia três casacos desses na estação de trem. Dentro deles, havia três homens. Dentro dos homens, havia três balas."

Henry Fonda e Jason Balards, completam o trio de protagonistas. O bandido Frank é uma mistura de cruel e cafajeste, assim como Cheyenne é o bandido com princípios.

O melhor Western de todos os tempos, sem qualquer dúvida.

REC - Terror espanhol sabe meter medo




Quando a campanha viral de A Bruxa de Blair surgiu, acreditava-se piamente que os jovens realmente tinham morrido. As câmeras nervosas causavam náuseas. Parecia uma nova forma de fazer terror. Mas, quando a história real foi revelada, boa parte do glamour desse tipo de câmera foi-se junto. Menos de um ano atrás, foi a vez de J.J. Abrams trazer a idéia de volta ao cenário, com Cloverfield. O suspense do filme novamente mostrou o poder de atração ou de ódio que esse tipo de câmera pode causar. Proporcional ao número de pessoas que gostou, foram os que não gostaram ou até detestaram o estilo. Isso não impediu REC de ser feito.

Na história, uma repórter produz um programa onde acompanha bombeiros e outras profissões durante a noite.  Ao acompanhar uma chamada em um prédio, onde uma mulher está trancada em seu apartamento, repentinamente todos vêem-se presos dentro do lugar, que está infestado de criaturas terríveis.

Os diretores Jaume Balaguéro e Paco Plaza não tem pressa em desenvolver o suspense do filme. Em um ritmo crescente uniforme, a história parece não querer adiantar os sustos que estão por vir. E quando eles chegam, passado toda tensão inicial, não param mais. As criaturas não são comuns. Diferente do que normalmente se acredita sobre zumbis, esses sabem abrir portas, não morrem com tiros, não param por nada. Essa característica, aliado a uma câmera em pânico e como única fonte de luz é perturbadora. Os dez minutos finais são uma aula de suspense. Tensão total, tirada dos piores pesadelos.

Sem atores conhecidos, o filme sabe como impressionar sem soar forçado ou ridículo. E devido ao seu sucesso, REC já tem um remake, programado para estrear por aqui no mês que vem. Quarentena não é tão bom como seu original, obviamente. REC é único. Não é perfeito, mas assusta pra caramba.

Campanha "Batman No OSCAR"



Coração Satânico - Mickey Rourke e Robert de Niro em seu ápice


Existem personagens que ficam marcados no imaginário do cinema mundial como a reprodução perfeita de um sentimento ou perfil. Robert de Niro é o mais assustador e diabólico Lúcifer que o cinema já produziu. Suas aparições no filme não excedem os 10 minutos, em quase duas horas de filme. E mesmo assim, ele já  conseguiu algo que ninguém conseguiu tirá-lo até então.

Tudo começa quando o detetive Harold Angel(Rourke) é contratado para procurar o cantor Johnny Favorite, para Louis Cypher, um empregador misterioso. Conforme inicia sua busca, Angel começa a ser atormentado por estranhas forças que parecem o impedir de completar sua missão.

Alan Parker tem um currículo invejável a muitos diretores de Hollywood. Seus filmes sempre lidam com a tênue linha entre a loucura e sanidade( The Wall ), e  abordando questões polêmicas, como preconceito racial(Mississipi em Chamas). Em 87, quando Coração Satânico estreou, o filme passou despercebido pela maioria da crítica e público. Mas, o suspense bem construído, aliado às ótimas interpretações da dupla Rourke/De Niro, logo o transformaram em um clássico do terror cult.

E, realmente, o filme justifica esse título. Fugindo dos sustos comuns, o diretor consegue criar uma aura de suspense tensa durante toda a película. Os segundos finais são absolutamente assustadores. Mickey Rourke protagoniza de forma agoniante, colaborando para o tom perturbado do filme. O ator estava realmente inspirado. 

No entanto, é De Niro quem está inigualável. Calmo, seu visual é simples e sua interpretação riquíssima. Coração Satânico é sem qualquer sombra de dúvida o auge desses dois atores.  E vão ser pra sempre lembrados por isso.

Estranha Família - Estranho Filme


Sou um fã inveterado de Will Ferrell. Sem dúvida, ele é um dos melhores atores de comédia dos últimos anos. Seu estilo constrangedor de fazer comédia vem se aperfeiçoando ao longo dos anos. Desde O Âncora, seus filmes são sinônimos de gargalhadas insanas e situações a serem lembradas por dias. Mas, quando você vê ele ao lado de Ed Harris e Zooey Deschanel, na capa de Estranha Família, você sabe que o filme definitivamente não será uma comédia agradável.

Na história, Reese é uma atriz fracassada, filha de dois lendários escritores, que após a morte de sua mãe, tem a chance de ganhar 100 mil dólares, se entregar as cartas que seus pais trocaram quando namoravam. Quando retorna a sua casa, descobre que uma família diferente está morando com seu pai.

O elenco todo é ótimo. Ed Harris, sempre me surpreende com a força que se entrega aos personagens. Essa entrega garante os melhores momentos do filme. Zooey Deschannel sempre me encanta. Desde Um Duende em NY, ela sabe ser a garota insegura e perturbada, mas bonita e estranha. Encantadora. Como protagonista, é um colírio. Will Ferrel em papéis dramáticos também sempre se supera. A exemplo de Mais estranho que a Ficção, o ator sabe dosar sua experiência na comédia com a força de papéis que nescessitam de mais dramaticidade. São suas, as melhores cenas do filme.

Pena que o diretor Adam Rapp queira ser cult demais. E dá-lhe música Indie, paisagens bucólicas, cenas de passagem de carro. Acostumado a séries de TV, o diretor consegue um bom resultado, mas torna o filme cansativo muitas vezes. Mas, dá para aguentar. E o filme consegue rumar para seu final, sem cair demais nos clichês do gênero. 

100º Post! - A Canção do Yukon


Nada a ver com o assunto deste blog, mas marcante em minha vida. Hoje, é aniversário de 23 anos, da publicação da primeira tira de Calvin e Haroldo. Como homenagem, publico aqui o poema A Canção do Yukon, que fala sobre a essência desse personagem, da melhor tira de todos os tempos. Miss you guys!

A CANÇÃO DO YUKON

Meu amigo tigre tem um trenó, 
E eu já preparei o lanche. 
Estamos preparados para a viagem. 
Nunca mais vamos voltar!

Estamos deixando a velha vida de lado! 
Mamãe e papai, já vou! 
Estamos fartos de fazer tudo obrigados, 
E agora isso acabou!

Vamos indo para onde neva bastante, 
Onde a vida possa ter alguma beleza. 
Um lugar onde não se ouça a cada instante, 
“Seu quarto precisa de uma limpeza!”

Yukon é o lugar para se morar! 
É lá que queremos viver. 
Lá poderemos gritar e praguejar, 
E agir sem regras para nos reger.

Nunca mais teremos que ir à escola, 
Nem seremos forçados à submissão, 
Por professores monstruosas e carolas 
Que farão a gente aprender a adição.

Não teremos nunca que comer um prato, 
De verduras ruins, de amargar. 
Nós mastigaremos sem nenhum recato, 
Usaremos os talheres que quisermos usar!

Nossos amigos serão os lobos cinzentos. 
Ficaremos de pé até tarde e uivaremos pro luar, 
Até que a noite finde cantaremos ao relento, 
Antes de sairmos para caçar.

Oh, que vida! Mal podemos esperar, 
Para estar nas terras áridas, 
Onde nos nossos destinos vamos mandar, 
E levaremos vidas fantásticas!

Chega de regras de pais e professores! 
Vamos em busca de uma terra gelada! 
Maus ventos os levem, adultos opressores! 
Em busca de Yukon é a nossa caminhada!

Sanemento Básico, O Filme - Humor nacional que lembra os saudosos anos 80


Abaixo os detratores do cinema nacional! Tudo bem que não produzimos muitos blockbusters e filmes pipoca, que boa parte do cinema de entretenimento seja tão imbecil quanto a maioria das produções hollywoodianas, mas se tem uma coisa que sabemos fazer bem(quando acertamos o ponto) é o humor. E nisso, Jorge Furtado é um mestre. Depois de dirigir o excelente O HOMEM QUE COPIAVA e Meu tio matou um cara, ambos feitos em solo gaúcho(uma ousadia), ele vai além. Parte para a serra gaúcha e faz um belíssimo filme com temática social, muito humor e um cuidado técnico digno de cinema estrangeiro. É incrível o que Furtado consegue fazer com o pouco que tem e mesmo assim, tem um reconhecimento tão pequeno em solo nacional. Mas, vamos falar de Saneamento Básico, o Filme.


A história se passa na VILA CRISTAL, distrito localizado no interior de Bento Gonçalves. Lá, a comunidade se une para reclamar à prefeitura verbas para a canalização de um esgoto a céu aberto. Como não há dinheiro em caixa, a solução é produzir um vídeo barato para utilizar a verba do governo, destinada à produções artísticas. É então que surge a idéia de filmar o Monstro da Fossa.

Com um elenco inspirado e afinado, o filme mostra a realidade brasileira não de uma forma chocante e violenta, mas leve e bem-humorada. E consegue os mesmos resultados, senão, melhores. Enquanto no começo vemos pessoas preocupadas com as obras do esgoto, pouco a pouco, as prioridades vão mudando até se tornarem a qualidade e sucesso do filme. Mais uma vez, o jeitinho brasileiro leva a melhor e a pregação vai toda pela culatra. Ou será que o que está sendo discutido é o valor emocional que a cultura nos representa quando entendemos aquilo que ela significa realmente para nós?

O diretor Jorge Furtado transforma a serra gaúcha em uma mini Europa, com sua fotografia belíssima. Com muito humor irônico e mesmo pastelão, mas sem descambar para o ridículo, ele parece absorver bem a nova comédia, que começa a ser chamada de comédia do constrangimento, levada adiante por precursores americanos como STEVE CARRELL e WILL FERRELL. Essa originalidade é o ponto forte do filme. Assim também como as relações pessoais, que são críveis como só um brasileiro poderia fazer.

A melhor parte do filme todo talvez seja o fato do diretor não tentar forçar o sotaque gaúcho, como é comum a tantos outros. Ponto para ele que deixou fluir com naturalidade atuações e expressões. Dica para toda família no fim-de-semana

Hairspray - Se não fosse por John Travolta travestido...


O filme não chamaria tanto a atenção. Desde que o filme foi anunciado, as fotos do ator vestido de gordinha eram impagáveis e a idéia dele ser a esposa de Cristopher Walken, ganhou a simpatia de muitos. Remake de um sucesso dos anos 80 e musical da Broadway, repleto de danças e músicas alegres, um grande elenco compõe a história.

Que se passa nos anos 60, em meio ao boom dos programas de TV dançantes, e claro, milhares de preconceitos de cor, raça e corpo...Aí que surge a fofinha Tracy Turnbald, que sonha em participar do Corny Collins Show, programa de dança que reúne as beldades da cidade. Mas, nada vai ser tão fácil quanto parece( e eles vão arranjar muitas confusões, como diria o narrador de comerciais da Sessão da Tarde).

Hairspray não é uma comédia pastelão. Faz rir, mas é um humor mais inocente, menos grosseiro. Boa parte das risadas vem das atuações muito competentes de John Travolta e Cristopher Walken. Os dois têm química e competência, e mesmo nos momentos sérios, provocam risadas. Destaque também para James Marsden, o mal-utilizado Ciclope da franquia X-MEN, que mostra um lado eficiente como cantor, dançarino e ator também.

A grande qualidade do filme é desafiar o modelo hollywoodiano de beleza colocando uma gordinha como protagonista. É realmente uma coragem dar um passo desses, no momento em que a mídia da tanta força ao imaginário magro, loiro e lindo.

O que cansa um pouco são as duas horas, que a certo ponto, tornam as cantorias irritantes, principalmente para quem não está acostumado. Hairspray é uma boa escolha para o sábado de noite!

007 - Quantum of Solace - Novo filme do espião segue consolidando Daniel Craig


Nenhum outro ator causou tanta polêmica na maior série de filmes até hoje. Daniel Craig foi anunciado pelos produtores como novo 007 em Cassino Royale. Os fãs gritaram, espernearam e prometeram boicotes. É que já fazia bons anos que os filmes do espião pareciam sem fôlego e energia. O protagonista anterior, Pierce Brosnan, era sem sal e sem graça. Quando Cassino Royale reiniciou a franquia, surpreendeu até mesmo o maior otimista. Recorde de bilheteria absoluto, o filme mostrou um Bond iniciante, muito mais perigoso e mortal, que justificava o 00(licença para matar) antes de seu número. A ação desenfreada do filme, salvo a ótima interpretação de Craig, redimiram a escolha ousada e nada convencional do ator e da temática do filme. 

Quantum of Solace começa diretamente onde acabou Cassino Royale. Após a sequência de abertura e os créditos iniciais de hábito, descobrimos que a organização que chantageou e matou Vésper no filme anterior é muito maior e mais perigosa do que parece. Resta a Bond descobrir e tentar derrubá-la a qualquer preço.

Além de ser o filme mais curto da história do personagem, Quantum Of Solace não é um Cassino Royale. Nem por isso deixa de ser um grande filme. Toda a ação comedida no filme anterior é desenfreada e liberada nessa nova aventura. Se antes Bond pilotou no máximo alguns veleiros e Aston Martins, dessa vez ele pilota mesmo um avião(em uma das melhores sequências do filme). A trama é conspiratória no melhor estilo "não se pode confiar em ninguém" e nesse ponto o filme atinge seu objetivo. Ação quase initerrupta no melhor estilo Jason Bourne.

Nas atuações, destaque para Daniel Craig, novamente, que leva o filme nas costas. O cara é simplesmente a encarnação perfeita da personagem. Quando M o chama de Bond pela última vez, parece cair como uma luva para ele. É cedo para dizer, mas o ator tem chances de se tornar um dos maiores Bond de todos os tempos.

De ressalva, a direção de Marc Forster tem alguns problemas que irritam um pouco. As cenas de luta são muito cortadas. Com a intenção de privilegiar a velocidade, o diretor acaba por se exceder, fazendo cenas de menos de 3 segundos, algumas vezes. As lutas seguem o mesmo padrão, sem sequência ou em planos mais longos e não convence. Dava graças a Deus quando o filme recuperava o ritmo normal, sem aqueles recortes mal feitos.

O filme não é um Cassino Royale, mas segue o padrão de qualidade. Mas, ao menos não é também um "Um novo dia para morrer", por exemplo.


Guru do Amor - Mike Myers exagera e passa do ponto


Quando a série Austin Powers surgiu há longíquos dez anos, revolucionou totalmente o humor do cinema norte-americano. Com piadas despretensiosas e politicamente incorretas, o filme é considerado até hoje um marco para os fãs de cultura pop. Personagens cativantes marcaram por um bom tempo, como o Dr. Evil e Mini Mim, o próprio Austin Powers, as Power Girls. Depois do último filme da série, Austin Powers contra o homem do Membro de Ouro, o ator retirou-se por alguns anos do cinema. A notícia de que ele produzia o Guru do Amor reanimou a audiência. Mas, talvez essa falta de prática tenha feito ele esquecer um pouquinho o timming do humor.

Em Guru do Amor, Mike Myers é o guru Pitka. Mestre em arrumar relacionamentos estragados, é contratado por um time de hóquei para reabilitar seu melhor jogador, que sofre com a separação da esposa.

O número musical inicial, tradição dos filmes do ator, não deixa nada a desejar em relação aos outros. Ótima coreografia, ótima música. Boa parte do filme é impecável.Mike Myers sabe utilizar piadas de peido, bem como todo humor nojento e de qualidade duvidosa que muitos não sabem trabalhar. Ele sabe como encaixar o maior número de piadas em uma cena possível. Destaque para o elefante e os coadjuvantes que divertem ainda mais o ambiente. A briga dos esfregões fedorentos é impagável.

O filme peca quando tenta dar um ar mais sério. Um dramalhão desconexo, aliado à pouca qualidade de alguns atores, faz com que a cena descambe e apenas diminua o ritmo frenético do filme. Bem assim, como certas piadas que forçam demais a barra do politicamente incorreto e descambam para um humor vergonhoso. Humor esse que não infantil demais para adultos e sujo demais para crianças.

A sensação ao final é quase como aquela, de comer um bife queimado...

Papai Noel às Avessas - Clima sórdido de natal



Começa a chegar perto do natal, e lá vamos nós para mais uma maratona de filmes natalinos. Meu papai é noel, O Grinch, Um duende em NY, Milagre na rua 34, Um conto de natal... todos esses filmes extremamente adocicados que nos fazem ter hiperglicimia e ataques fulminantes de diabete. Bad Santa parece mais do mesmo. Mas, tem um conteúdo corrosivo e amargo que dão um toque diferente à mania de natal.

Papai Noel às avessas parece ser mais um filme sobre o natal, como tantos outros que assistimos nas emissoras nacionais. Mas, se engana terrivelmente quem acha que o filme é assim. Na história, Willie e seu amigo anão Marcus, trabalham em SHOPPING CENTERS como PAPAI NOEL E DUENDE. Sua verdadeira intenção, no entanto, é roubar o dinheiro das compras e saquear as lojas, durante a noite.

Willie é um bêbado inveterado sem perspectiva de vida. Marcus, o anão é desbocado e sem qualquer escrúpulos, e ambos continuam assim até o fim do filme. Apesar do final otimista, ele continua sendo um sem-vergonha arriado. A trilha sonora é mais uma forma de tirar sarro de todos os filmes de natal que vemos por aí. Elas acompanham o protagonista em suas bebedeiras e loucuras, destoando totalmente daquilo que estamos acostumados a ver.

A atuação inteligente e irônica de Billy Bob Thorton, o ex-marido de Angelina Jolie, colaboram com o tom sarcástico do filme. O ator mais parece um ácido jogado sobre a figura bondosa e digna do bom velinho. Ali, ele descarrega todo seu ódio pelo natal comercial apoiado pelo American way of life.

Tony Cox é um anão com uma língua afiada, sempre pronto para dar o troco em respostas rápidas e hilárias. Aliás, não há um personagem sem graça no filme. Todos estão prontos para destilar humor negro no espectador de forma rápida e precisa. Isso tudo não seria assim sem o diretor Terry Zwigoff, que sabe controlar os atores e teve peito de encarar um filme tão politicamente incorreto.

Quem leva mérito também são os roteiristas que tiveram uma pequena ajuda dos irmãos COEN, ganhadores do oscar de melhor roteiro por FARGO e de melhor filme por ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ. PAPAI NOEL AS AVESSAS é uma comédia inteligente que garante ótimas risadas e bastante diversão, sem aquela lição de moral chata dos filmes sobre natal que não agüentamos mais ver por aí...

O Sonho de Cassandra - Nova tragicomédia de Woody Allen


Woody Allen tem enveredado seus caminhos pela tragicomédia, nos últimos anos. Match Point e o Sonho de Cassandra são dois filmes que mostram bastante desse lado do autor. Carregando a mão no suspense, ele consegue um ótimo resultado com seu novo filme.

A história mostra os dois irmãos, Ian e Terry que diferem muito em suas personalidades, mas têm uma forte ligação. Enquanto Ian é aquele que não aceita a realidade e quer sempre se gabar do que não tem, Terry é mais simples, mas viciado em jogo. Aposta quantias altas e normalmente vence. Em uma maré de azar perde quase Cem mil libras. Quando Ian se apaixona por uma atriz, vê que a única forma dos dois terem dinheiro suficiente é apelar para o bondoso tio Howard. No entanto, o que ele pede de ambos em troca de dinheiro é muito mais do que eles podiam pensar.

O que começa leve, se mostra tenso no desenrolar do filme. Tanto Colin Farrell, quanto Ewan McGregor mostram atuações pesadas e bem elaboradas. Terry é um cara simples que segue uma linha moral muito forte. Já Ian, não se importa com uma pequena trapaça para se dar bem, mas ainda assim reserva certos princípios. O caráter dos dois será testado durante todo o filme e apresentará com toda a clareza, despido de toda a humanidade nos minutos finais.

Além das atuações, a ponderância é o ponto forte da direção de Allen. Ele desenvolve tudo calmamente, sem pressa de expressar motivações ou mostrar o personagem. Estranha um pouco o final abrupto, que decide a história em questão de poucos minutos e parece não condizer com o resto do filme.

Mesmo assim, O Sonho de Cassandra não perde em nada para outras produções do diretor. E satisfaz o espectador.

Team America - Detonando o mundo



Quando surgiu a idéia de uma adaptação para o cinema da série televisiva THUNDERBIRDS, os criadores de South Park, Trey Parker e Matt Stone, já soltaram os cachorros pela nova produção utilizar computação gráfica nos veículos, ao invés das tradicionais marionetes. Revoltados com essa decisão, criaram seu próprio filme de marionetes politicamente incorretas. Entre crítica fortíssima à política dos EUA, o filme abusa em palavrões e tem até cena de sexo entre os bonecos.

Na história, TEAM AMERICA é um grupo que combate o terrorismo mundial. Mas, suas ações normalmente destróem mais os países atacados, do que os próprios ataques terroristas. Quando o imperador da Coréia do Norte, King Jong II, decide patrocinar o maior ataque da terra, resta ao TEAM AMERICA tentar impedi-lo a qualquer custo.

Se em South Park, a crítica às celebridades já tinham alcançado um ponto inatingível na TV, Team America consegue ultrapassar qualquer barreira do politicamente correto em termos de política e qualquer outro assunto. Nem democratas, nem republicanos e nem caras como Michael Moore escapam da crítica estapafúrdia e hilária dos diretores. E eles não se preocupam em citar nomes: Matt Damon é um deficiente mental, Alec Baldwin é ridículo e Ben Affleck estava uma merda em Pearl Harbor.

A indústria do entretenimento é queimada de cima abaixo, assim como a falta de senso norte-americana. Todos os pontos do mundo são vistos pela distância com a América. Em Paris, na mesma praça temos a Torre Eifell, o Arco do Triunfo, artistas e mímicos. No Cairo, Camelos passeiam em feiras ao lado da Esfinge e das Pirâmides. Essa mania americana de imaginar os lugares, ao invés de conhecê-los, e tratar um país por meros clichês do que se ouve falar é outro ponto ácido da fita. 

Fora isso, a equipe aqui é desastrada como o exército americano. Suas invasões inconsequentes irritam todas as nações por onde passam. Tudo isso é deixado bem claro na música tema da equipe: "America, Fuck you!". Críticas e roteiro a parte, o filme é muito bem feito. Os bonecos são um primor de técnica. Como o diretor diz, poderia muito bem ser um filme sério de Jerry Buckheimer. Mas, com bonecos fica muito mais engraçado. Cenários excelentes, máquinas bem feitas e uma realização digna de ovação.

Crítica irônica e muito inteligente, de uma sétima arte mais preocupada em arrecadar dólares do que ajudar o espectador médio.


Como festejei o fim do mundo


Mais um fruto da mostra Un Cértain Regard do Festival de Cannes, o romeno como Festejei o Fim do Mundo é uma agradável surpresa do cinema longe dos grandes circuitos. Com uma história simples e humana, sem grandes pretensões, o filme conquista a simpatia do público com atores carismáticos e seu contexto político-histórico.

Na Romênia de 1989, quase na queda da União Soviética, o governo socialista apresenta o pior índice de aprovação popular possível. A insatisfação do povo resulta numa pressão ainda maior da polícia, para conter revoltas e desaparecer rebeldes. Quando Eva e seu namorado quebram o busto do ditador na escola, ela é mandada para um reformatório. Lá, conhece o jovem Andreï, vizinho seu que teve problemas com o governo. Enquanto isso, seu irmão menor Lalalilu, com raiva do ditador planeja vingar-se dele.

Utilizando-se de metáforas e explorando o lado realista e imaginário dos personagens, o diretor Catalin Mitulescu compara os dois mundos dos irmãos: a tentativa de Eva de mudar de vida e ajudar a familia e o pequeno Lalalilu, que em seus devaneios imaginativos, pensa achar uma saída para a fome e os problemas que passa no mundo.

Desse modo, a protagonista leva um merecido prêmio de melhor atriz, não por uma performance excêntrica e cheia de firulas, mas por uma atitude quase silenciosa e passional em relação à vida. Sua personagem lembra a velha Ana Terra, de Veríssimo, que suporta as dores e vai sempre em frente, sabendo recolher seus ímpetos nos momentos certos. Suas ideologias não superam o amor por sua família, demonstrado fortemente na cena da travessia do Danúbio. 

Diferente é o pequeno Lalalilu, que vai sempre atrás de seus objetivos, como qualquer criança sonhadora. É ele que convence a jovem Eva a seguir em frente, mesmo sem perceber isso. Duas diferenças marcantes e que se completam, nessa história que é apenas uma fração de um todo.

Irmãos Grimm - Mais devaneios de Terry Gilliam


Assim como todo bom conto da Mamãe Ganso, este também calca seu início em um dos jargões mais conhecidos em narrativas: Era uma vez...

Protagonizado pelo falecido Heath Ledger e seu companheiro Matt Damon, o filme é uma viagem fantástica pelo mundo dos contos de fada e sua moral escondida. Na história, ambos vivem os irmãos do título, trambiqueiros de primeira que vendem a solução para assombrações, vampiros e outras criaturas das trevas. Por onde passam sua fama os precede. Mas, o domínio francês da razão, cada vez mais forte, parece oferecer o único risco à carreira dos Grimm. Até que ambos são recrutados para descobrir onde as garotas de certo vilarejo estão indo parar.

O diretor Terry Gilliam, é velho conhecido das histórias bizarras. O tom expressionista que dá a seus filmes é fundamental para não jogar os Irmãos Grimm, na lama e no lugar comum que um filme desses pode parecer. Diferente de similares seus, como Van Helsing, o filme traz outras questões bem mais interessantes e que rendem boa análise.

Podemos ver desde o começo a luta entre razão e imaginação. A revolução francesa e a expansão de Napoleão Bonaparte pela Europa, seguiam firmemente o caráter racional de seu líder. Tudo aquilo que representasse a imaginação, ou algo contra a razão era considerado subversão e traição. Em uma Alemanha que não tinha essa diferença, a superstição ainda falava mais alto.

A primeira cena com os dois irmãos deixa claro sua oposição. Enquanto o personagem de Damon renega os feijões mágicos, Jake acredita que eles têm algum poder. Essa diferença será o eixo central das discussões que a história nos leva. A própria fotografia do filme colabora com essa sensação. As cenas que mostram o lado racional humano, tendem a parecer mais pálidas e claras do que o normal. As cenas que perpassam o sobrenatural e a imaginação, enchem-se de tons escuros, sobrepostos pelo vermelho.

            Um personagem essencial nesta trama é o italiano Cavaldi. Ele começa a história como um cético irredutível. Enquanto o tom do roteiro vai mudando, Cavaldi acompanha essa sua transformação. Diferente do exército francês que, cego pela sua loucura, incendeia tudo que estiver a sua frente, assim como já fizera antes com este tipo de literatura subversiva. Aquilo o que é contra a razão não deve ser poupado, mas queimado.

            Dito isto, fica mais fácil entender as razões por trás dos mitos criados pelos irmãos Grimm, em seu mais famoso livro, os contos da mamãe ganso. Rico do imaginário popular, o conto delineava sempre uma lição de moral em seu final atípico e pitoresco.

            De acordo com a história, essas pequenas historietas tinham o objetivo de passar não uma lição de moral, mas de medo nos pequenos. A distinção entre a infância e o adulto só começou a ser percebida a partir do final do século XIX. Por isso, as histórias originais, nada tinham de inocentes.

            A chapeuzinho vermelho desviava-se do caminho, como no conto que conhecemos. Agora, o que poucos sabem é do strip que ela fazia para o lobo antes de ser devorada pelo salafrário. E não tinha lenhador algum para salva-la. O sexo era o aperitivo a mais que as histórias tinham, para atrair a atenção dos ouvintes e marcar ainda mais a importância de nunca andar pela floresta sozinho. A bela adormecida era violentada pelo príncipe e a Cinderela assassinava sua madrasta. A façanha dos Grimm foi transformar essas histórias em contos que adaptavam-se à época e traziam boas lições de moral.

            Em seu jogo de imagens, Terry Gilliam consegue subverter os elementos clássicos, de forma mística e até bizarra. O lenhador é na verdade o próprio lobo. Na contemporaneidade que vivemos, não é algo bastante perturbador. O incólume e sábio lenhador, incorruptível, é na verdade seu maior inimigo, justamente por deixar-se levar por uma cega paixão que rouba-lhe completamente o caráter e a vida. Ao servir a bruxa algo fica bem claro: nenhum herói é incorrupto. Todos estão sujeitos à falhas. Principalmente de caráter.

            A bruxa reforça no imaginário popular, a questão da beleza relativa. O verdadeiro mal, apresenta-se no filme uma ilusão bela e deliciosa, quando a realidade mostra uma casca vazia e sem vida. Sem expressão, a beleza inerte continua a atrair desavisados e tolos que se deixam levar pelo exterior, e não valorizam aquilo que realmente importa em uma companhia. A senhora feia que oferece maçãs é uma bruxa disfarçada, só porque é feia.

            Quando os dois irmãos mostram suas funções de cinderela, não estaria o diretor simbolizando o homem moderno? A caçadora que é a real heroína é que tem todo o trabalho de salvar seus homens.

            E nessa última parte, talvez o ponto mais interessante de toda a película. A mocinha não escolhe um príncipe. Mas, afinal, só porque ele salvou-a, isso garante amor e felicidades eternos? Claro que não. E porque deveria? Ela agradece a ambos, porque gosta deles. Mas, só por isso deveria se atrelar o resto da vida aos Grimm? Essa última espetada do diretor é a agulhada final de Gilliam ao reino mágico criado pelo imaginário popular.

            A felicidade nunca é eterna. É sempre relativa.

 

Asas do Desejo - Clássico que inspirou Cidade dos Anjos


Titanic estabeleceu recorde de público, insuperável até hoje. Mas, um filme conseguiu ter melhor desempenho que ele nos EUA, pouco tempo depois. Cidade dos Anjos, com Meg Ryan e Nicholas Cage, foi a febre do verão de 98. A história mostrava um anjo que se apaixonava por uma humana e desistia da imortalidade para passar o resto de uma vida mortal com ela. Com um final triste, o filme arrebatou corações e lançou o hit único da banda Goo Goo Dolls, Iris, que até hoje é uma das trilhas de filmes mais tocadas nas rádios. Brad Siberling, na verdade não tirou a história do nada. Cidade dos Anjos é um semi-remake de outro filme, do polêmico e diferente Wim Wenders. Muito mais filosófico, mas mesmo assim com igual ou até mais interessante romance, Asas do Desejo rendeu em 87 a palma de ouro de Cannes, para o diretor.

A história mostra os anjos como seres naturalmente invisíveis a todos, mas que acompanham cada pessoa, aconselhando e observando-as, durante todos os dias. Dividindo as experiências mais comuns do dia-a-dia, passam assim a eternidade, em seu mundo desprovido de cor e sentido. É quando um deles apaixona-se por uma trapezista de circo e decide tornar-se humano.

Utilizando uma película em preto-e-branco, Wenders conta uma história sensível e potencialmente filosófica. O eterno é enfadonho e desprovido de significado quando longe das pequenas coisas que nos tornam humanos. Dentro de um conversível os dois anjos recitam um para o outro, pequenas trivialidades que para eles parecem algo além da compreensão. Uma interpretação curiosa de cada um para aquilo que para nós parece simples. Acompanhando diversas pessoas ao redor da cidade, é quando buscam em suas memórias que o mundo parece adquirir cor. Quando a visão torna-se humana, deixa o preto-e-branco e fica colorida. 

Além de tantos sentimentos e pensamentos desenvolvidos pelos personagens, é a paixão platônica do protagonista que chama a atenção. Ao desistir da imortalidade, é bombardeado por inúmeras sensações. O sangue coagulado em sua cabeça é uma diversão! Essa descoberta mostra o quanto a insensibilidade que cada vez mais desenvolvemos é perigosa.

Sem grandes efeitos, mas com ótimas tomadas, o diretor transforma a simples mudança de coloração no filme, em um movimento apoteótico que presenteia os pacientes. Sim, porque apesar de tudo, o filme pode ser um pouco cansativo para quem não estiver preparado. O resultado final é avassalador. A dança do protagonista com sua consorte no trapézio, enquanto seu colega anjo assiste, já dá idéia do que o "To be continued" significa daí pra frente. Os anjos continuarão se surpreendendo e aprendendo a cada dia com a humanidade...

Tropic Thunder - Engraçado de rachar o bico


Uma produção que tem Ben Stiller, Robert Downey Jr. e Jack Black como trio protagonista não podia ter outro resultado: um dos filmes mais engraçados do ano. Isso pode parecer exagero, mas a verdade é que o ano tem trazido uma safra excelente de filmes. Enquanto o ano passado foi calcado em decepções com as conclusões de trilogias e outras continuações vergonhosas, esse ano hollywood parece ter se redmido. Trovão Tropical é outra prova disso.

Na história, três superastros do cinema são reunidos para filmar o maior, melhor e mais caro filme de guerra de todos os tempos. No entanto, seus egos desestruturam o estreante diretor que acaba atrasando as filmagens. Com o orçamento estourado ele decide largar os atores na selva e filmar a história como se estivesse acontecendo de verdade. É quando um incidente os põe em conflito com um grupo real de narcotraficantes.

Downey Jr. interpreta o ator ganhador de 5 oscars que imerge totalmente em seus papéis(nesse caso, submete-se a uma controversa operação de pigmentação da pele), Stiller é o ator de ação em decadência e Black é o ator de comédia chula que é viciado em drogas. 

Dirigido, escrito e produzido por Ben Stiller, o filme não é perfeito, mas é surpreendentemente engraçado. Com boa fotografia, o filme satiriza inteligentemente toda a indústria de cinema, acabando com piadas de peido(melhor cena de Black), cenas de ação meticulosas(melhor cena de Downey) e frases de efeito despropositadas(na melhor cena de Stiller). 

O maior mérito, sem dúvida é de Robert. Seu trabalho é excepcional durante todo o filme. Jack Black fica bastante apagado, mas rouba a cena quando chega a hora. Já Ben Stiller... bem, pode se dizer que ele já fez bastante como diretor e roteirista do filme...

O conjunto todo de Trovão Tropical ainda inclui no pacote um ator bem famoso, como chefe da empresa que financia o filme. Tom Cruise está genial no filme, e dá trabalho para reconhecê-lo. Assim, uma ótima comédia que merece mais de uma ida ao cinema!

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Na Natureza Selvagem - E a vontade absurda de pegar uma mochila e sair pelo mundo...


Sean Penn é um ator dedicado e um dos mais proeminentes cineastas do momento. Além de presidir o Festival de Cannes, o ator mostra o quanto ama o cinema na cuidadosa direção de seus filmes. O ápice disso tudo, é a adaptação de uma história real, o film Na Natureza Selvagem. 

Baseado no livro de mesmo nome, do autor Jon Krakauer, conta sobre a vida de Chris McCandless, um jovem de classe média, que após formar-se na faculdade, decide largar o conforto de sua vida e partir como um andarilho. Entre inúmeros encontros, decide rumar para o Alaska. Nesse tempo, trabalha em empregos temporários, dorme em acampamentos hippies e divide experiências com todos que cruzam seu caminho.

O diretor sabe por experiência própria, a importância da construção de um personagem. Em uma narrativa não-linear, desenvolvida em capítulos, ele mostra lentamente e durante toda a projeção, os motivos que levaram Chris a tornar-se Alexander Supertramp. Penn sabe como conduzir o filme, e Emile Hirsch sabe como aguentar a responsabilidade de protagonista nos ombros. E essa dedicação é refletida no corpo do ator, que em certo ponto do filme, aparece praticamente pele e osso. A transformação do personagem de um racional saudável em um primitivo deteriorado assusta. 

Destaque também, e de longe fundamentais, para os coadjuvantes do filme. Entre o casal hippie que lhe dá carona, um empregador com problemas no FBI(em uma interpretação bem diferente de Vince Vaughn) e o maior destaque, Hal Holbrook, como um veterano de guerra solitário. Ele conduz uma das cenas mais emocionantes do filme, que valeu uma indicação ao Oscar.

A fotografia do filme é belíssima. Cenas únicas, de uma qualidade cinematográfica absurda. Trabalho de Eric Gautier, que também trabalhou em Diários de Motocicleta. Eric sabe como equilibrar Emil em um cenário tão ameçador, sabe como mostrá-lo pequeno e sabe fazer tomadas que tiram o fôlego do espectador.

A título de curiosidade, a trilha sonora é composta por Eddie Vedder, vocalista da banda Pearl Jam, em um trabalho que lembra muito o folk de Bob Dylan. Excelentes composições para as idéias que o filme passa. A felicidade independe das relações humanas? Pode a razão existir longe da humanidade?

Pode o homem viver somente pela natureza, sem depender de seus semelhantes? Os questionamentos levantados ao redor do personagem principal, pretendem responder isso de alguma forma, mas são essa perguntas que perduram ao final da película. Em seus últimos momentos, Chris realmente encontrou uma resposta?

Como diria Trinity, em Matrix: É a pergunta que nos motiva.

Horton e o mundo dos Quem - Diversão para você, seu pai, sua mãe, sua irmãzinha...


O mercado de animação 3D é rico em produções que variam muito o grau de perspicácia necessário para seu espectador. Filmes como Shrek, Os Incríveis e Rattattoiule tem um apelo muito mais adulto, do que propriamente infantil. Apesar das piadas normais e o humor físico para as crianças, são nas tiradas subentendidas e de duplo sentido, que esses filmes fazem sucesso. Longe dos modelos consagrados pela Disney, o humor corrosivo e inteligente é característica fundamental de empresas como Pixar e DreamWorks. Horton surpreende por não se preocupar com essas características, mas ser um filme puro, assim como seu personagem principal. E mesmo assim, ser inteligente.

Baseado no conto de Dr. Seuss(criador do Grinch, daí a história dos Quem), a história mostra um elefante extremamente inocente e bondoso, que descobre uma cidade em um grão de areia. Para ajudá-los, decide transportar a flor onde o grão está, até um girassol, em um monte, protegido do ataque de outras criaturas e da ação do clima. 

Pontuado pela frase "uma vida é uma vida, não importa seu tamanho", Horton parte numa busca cheia de armadilhas e inimigos que não acreditam na sanidade do elefante. As situações surgem espontaneamente, sem forçar a barra do espectador. Tanto no mundo dos Quem, onde o prefeito tenta convencer que existe uma força maior cuidando deles, como no mundo de Horton, tentando provar que existem mundos menores do que o seu.

A parte técnica do filme é maravilhosa. A narrativa linear é pontuada por outros tipos de animação, fora o 3D, homenageando mesmo os mangás. Os movimentos dos personagens fluem naturalmente e não há defeitos a serem ressaltados. 

A maior polêmica do filme está no fato de defensores do aborto, acreditarem que o filme passa uma mensagem contra a prática,  visto a frase chave do filme. Mesmo assim, como a história foi baseada na obra de Seuss, é difícil provar alguma coisa, tendo em vista que o aborto nem chegava a ser uma prática em sua época. 

Sem piadas de flatulência, mas com um bom humor físico, o filme agrada e é divertido. Destaque para as cenas com Vlad, o malvado e Vlad, o coelhinho que faz biscoitos. Outro ponto positivo e que incentiva quem gosta do áudio original, são as dublagens de Jim Carrey, como o elefante do título e Steve Carrell(O virgem de 40 anos) como o prefeito de Quem-Lândia. Uma ótima pedida para o dia da criança.

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Monty Python - And now, for something completely different...



Texto utilizado no Drops cultural do dia 6 de outubro de 2008(ignore a linguagem de rádio):


39 anos atrás, no dia 5 de outubro, a TV britânica era chacoalhada por um novo programa de humor totalmente sem sentido. Surgia naquele dia, o MONTY PYTHON’S FLYING CIRCUS.

Em seu programa de estréia, o CIRCO VOADOR de MONTY PYTHON apresentou seis malucos em pequenos quadros de humor, chamado SKETCHS. Seus nomes eram TERRY GILIAM, JOHN CLEESE, MICHAEL PALIN, ERIC IDLE, TERRY JONES e GRAHAM CHAPMAN. Em seus programas, protagonizavam um humor absurdo e inteligente, denominado por eles de NON-SENSE. Pouco tempo após sua estréia, o programa era um dos maiores líderes de audiência da rede BBC, em todos os tempos.

O programa consistiu em QUARENTA E CINCO episódios, divididos em quatro temporadas. Muitas de suas sketchs, foram consideradas como as mais engraçadas de todos os tempos. Entre elas, a DEAD PARROT SKETCH, onde um cliente tenta devolver um papagaio morto, A CANÇÃO do LENHADOR e A PIADA MAIS ENGRAÇADA DO MUNDO. Entre um quadro e outro, o diretor TERRY GILLIAM criava animações bizarras e hilárias, com um traço inspirado em grandes cartunistas, como ROBERT CRUMB. A equipe continuou unida até a TERCEIRA TEMPORADA, quando JOHN CLEESE abandonou o grupo. 

O ator decidiu que não queria começar a se repetir e por isso, deixou  o CIRCO VOADOR antes da QUARTA TEMPORADA. Os outros integrantes ainda interpretaram SEIS episódios, antes de encerrar o programa no ano de MIL NOVECENTOS E SETENTA E QUATRO. Mas o MONTY PYTHON não parou por aí. Lançou no ano seguinte, seu primeiro filme EM BUSCA DO CÁLICE SAGRADO. Hoje, este é considerado um dos melhores filmes de comédia de todos os tempos.

Em SETENTA E NOVE, lançam A VIDA DE BRIAN, outro sucesso de público e crítica. Em OITENTA E DOIS, gravam ao vivo, o especial HOLLYWOOD BOWL, nos EUA. No ano seguinte, seu último longa, o SENTIDO DA VIDA, é aplaudido de pé em CANNES. E os pythons continuariam se reunindo esporadicamente, se no ano de OITENTA E NOVE, o fundador do grupo GRAHAM CHAPMAN, não tivesse morrido de câncer na garganta. A perda afetou a todos, que se separaram definitivamente.

MONTY PYTHON é visto como um ponto de revolução no humor televisivo e de cinema, assim como os BEATLES são para a música. Entre os muitos influenciados pelos PYTONIANOS, estão o programa SATURDAY NIGHT LIVE, SOUTH PARK, ADULT SWIN, TV PIRATA, CASSETA E PLANETA, assim como inúmeros atores, como JIM CARREY, STEVE CARRELL e outros expoente do humor atual. Nos últimos anos, os integrantes do grupo tem se voltado mais exclusivamente para seus projetos pessoais. O grupo não planeja se reunir mais. Mesmo assim, o seu legado é sem dúvida, eterno...


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Homem-de-Ferro - CUIDADO: Esta crítica é uma babação de ovo...


Retirado de uma conversa:

Eu- Escrevo sobre Homem-de-Ferro ou a Outra?

Pessoa Sensata - Sobre a outra. HdF vai ser uma babação de ovo.

Um filme que você acompanha desde sua primeira notícia, olha todos os trailers teasers, acredita em todos os boatos, que você assiste na pré-estréia e fica até a exibição do último crédito. É óbvio que você torce para que vá bem nas bilheterias e que outros gostem dele tanto quanto você gostou. E foi exatamente assim que eu me senti naqueles dias em que o filme esteve por estrear. Deixei a crítica para esse momento unicamente porque queria ter em mãos o DVD duplo com todos seus extras e atrativos que oferece. 

A história todos estão carecas de saber, mas vá lá: Tony Stark é um comerciante de armas bilionário(se isso não é uma redundância) é sequestrado por terroristas no Afeganistão e para escapar constrói uma armadura de ferro. Quando volta, decide usar seu conhecimento para tornar-se um herói.

Resumir o filme em Robert Downey Jr. é um pecado. Claro, o ator está sensacional no papel de Stark, mas nem por isso o resto do filme deve ser desprezado. Jon Favreau, emérito do cinema independente consegue fazer um filme leve, engraçado e competente. Cria quase uma marca propriamente sua nesse desenvolvimento. As piadas tem timming e os personagens são bem aprofundados, não resumindo-se à meras caricaturas, mas pessoas que fazem você se importar. Destaque para Jeff Bridges, que ilude o espectador de forma incrível. 

Os efeitos especiais são pontuados e aparecem somente quando necessários. O filme não apresenta sessões intermináveis de pancadaria, mas é comedido e se preocupa em mostrar a criação do herói, mais do que suas lutas e inimigos. Além disso, Favreau deixou claro que utilizaria o estritamente necessário de efeitos especiais. O único momento que esses efeitos extrapolam um pouco a linha do real é no ataque a vila de gulmira, onde tudo parece muito inumano com Stark. Ainda assim, a cena é de tirar o fôlego. Destaque para os painéis da armadura, muito bem representados no filme.

O filme teria sido ótimo com todas as usa piadinhas extremamente nerds, que levaram-me ao delírio, como a criação da SHIELD, a promessa de um WAR MACHINE... Mas foi a última cena, escondida após os créditos que tornou-o único. Se você não viu, não deixe de esperar até o fim dos créditos. 

Uma cena que tornou HOMEM-DE-FERRO, um dos filmes mais incríveis do ano.

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A outra - Não tão ruim como eu pensava


Foi com uma pitada de má vontade que me dirigi para a sessão de A Outra. É que depois de um mês de espera, Trovão Tropical estreou no estado e a vontade era assisti-lo. Mas, o preço baixo do ingresso e outros fatores extra-sala-de-cinema, convenceram-me a ver o romance protagonizado por Eric Bana, Natalie Portman e Scarllet Johanson. E o filme me surpreendeu bastante.

O filme mostra a história verídica das irmãs Bolena, que foram amantes do rei Henrique VII, da Inglaterra e que abriu mão da esposa, da filha, rompeu com a igreja e prejudicou a estabilidade da nação por Ana Bolena. A outra mostra mais a disputa dela com sua irmã mais nova Maria, que foi a primeira amante do rei.

O trio protagonista chama muito a atenção. Se fosse apenas Portman e Johanson, o filme já seria chamativo por si só. Infelizmente, ambas são criaturas assexuadas durante toda a projeção. O figurino é bem fraco, vestidos simples e sem chamativos. O diretor tenta criar alguma erotização no rosto das duas, mas não consegue. O público masculino desiste de tentar achar interesse nas duas antes da metade fo filme. Eric Bana é frouxo. Mas, frouxo de dar raiva. Chega a dar nos nervos. Scarlett é a incorruptível Maria, que fica com boca semi-aberta e lágrimas nos olhos 2/3 da película. Já Natalie Portman é uma feminista de mão cheia. 

Não fosse isso, o filme ainda passa uma mensagem vergonhosamente moralista, em uma análise mais radical. Mulheres independentes devem ser decapitadas. Sejam submissas, isso é bom e não mata vocês. Ao menos, perto do final, Maria mostra sua força em algumas cenas, o que salva(um pouco ao menos, sua reputação). Mesmo assim, o filme ainda tem pontos positivos e evita muitos clichês do gênero. O final é bem surpreendente.

E sempre que há um pouco de má vontade, é mais fácil de gostar de algum filme!

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Quebrando a banca - Mais, do mesmo, de novo.


Quando "21" chegou arrebentando três semanas consecutivas na liderança, algo parecia ter funcionado no filme com Kevin Spacey, Lawrence Fishburne e um monte de atores iniciantes. A passagem apagada de Quebrando a Banca pelos cinemas daqui parecia uma injustiça com o filme. A chegada do dvd me mostrou que não foi tão injustiçado assim.

Na trama, 5 jovens do MIT, usam um sistema de cálculos para bater as bancas de blackjack em Las Vegas. Liderados por um professor veterano, seus únicos inimigos são os seguranças que pretendem pegá-los de qualquer forma.

Tá, não que o filme seja tão ruim assim. Ele é bem feito, tem boas tomadas, o efeito de abertura é interessante e a premissa é bem bolada. Baseado em um livro, onde estudantes do MIT realmente derrubaram a banca de blackjack através de um sistema de contagem de cartas, o desenvolvimento é que cansa. A mesma ladainha de sempre: o nerd sem dinheiro, sem meninas, que abandona os amigos por causa da oportunidade mágica de ganhar dinheiro e a garota dos sonhos, atinge o auge, cai, reencontra os amigos, se fortalece novamente e dá a desforra. Sem contar que o cara era físico, matemático e queria fazer faculdade de medicina(???): a coerência não é o forte do roteiro. Nem o romance. Nem os atores mais jovens.

Porque, se alguém segura o filme nas costas, são os veteranos Kevin Spacey e Fishburne. Ambos, convincentes e ótimos em seus papéis, mostrando que não estão pra brincadeira, assim como seus personagens, "esmurrando" pirralhos.

Pena que não é suficiente. O filme é redondinho, mas lembra um "Onze homens" versão Malhação.

Festa de Família - O primeiro modelo do Dogma 95


As firulas dos efeitos especiais, pirotecnias, trilhas sonoras retumbantes, iluminação especial e fotografia alterada. Esqueça tudo. Dogma 95 é um manifesto que não se permite tais luxos. A iluminação deve ser natural, as músicas só são permitidas se fizerem parte do ambiente, atores não podem usar maquiagem. Essas são algumas das regras do controverso movimento criado pelos diretores Lars Von Trier e Thomas Vinterberg e exibidos pela primeira vez no ano de1998 em Cannes. Sua estréia, foi o filme Festa de Família.

No sexagésimo aniversário de um patriarca de família, seus filhos e parentes reunem-se para celebrar a data. Dois meses antes, uma das filhas suicidou-se, o que traz um clima estranho para a festa, onde segredos do passado vêm a tona e preconceitos são expostos de forma vergonhosa.

Thomas Vinterberg atém-se fielmente as regras do Dogma 95. Por vezes, a iluminação do filme é escassa, quando não é escassa é exagerada. As poucas vezes que o filme usa trilha sonora, é quando os personagens tocam algum instrumento, e mesmo assim, é o som ambiente que é captado e não uma dublagem. O que o filme ganha com isso? Muita qualidade. Interpretativa ou de roteiro, essa é a força do filme, já que esteticamente ele não oferece uma qualidade visual  hollywoodiana. Mesmo que a falta de certos elementos no filme seja um ponto a mais, pode incomodar a audiência despreparada. Fora isso, uma história densa e forte que mexe com os brios. Muitas pontas soltas no ar propositalmente: afinal, qual o interesse dos empregados na destruição da família? Seria uma espécie de desforra? 

Outro ponto pouco explorado é o preconceito ao namorado negro de uma das filhas e o papel do caçula como substituto de seu pai na maçonaria. Pontos que não enfraquecem o filme, apesar de tudo. Uma excelente qualidade narrativa, um ponto para o cinema autoral.

House of the dead, O Filme - Devaneios de um quadrúpede chamado Uwe Boll


Confesso para vocês, que estava cansado de só escrever críticas de filmes bons. Angustiava-me quando terminava uma crítica e pensava, poxa, só falei bem do filme, não achei pontos negativos. Decidi então, submeter-me a uma sessão verdadeiramente trash, para trazer um pouco mais de visceralidade à minhas críticas e ter um ponto de comparação. Fui direto em um dos diretores mais avacalhados do mundo, atualmente: Uwe Boll. Responsável pelas piores adapatções de games já feitas, tive o desprazer de assistir algum tempo atrás, o filme Alone In The Dark. Dessa vez, ataquei com uma droga mais pesada: sua estréia de sucesso, House of the dead.

Baseado em um dos games mais underground das casas de fliperama, House of the dead, mostra um grupo de jovens(começa a originalidade por aí), que vão participar de uma rave na Isla de la Muerte(é...). Para chegar até a ilha, alugam um barco, onde um capitão e seu tripulante dizem que a ilha é maldita(mais clichê impossível). Chegando lá, os jovens notam que a festa está destruída e encontram poucos sobreviventes, que com eles vão tentar escapar do lugar.

Bom. Se é para falar mal, vamos falar direito: Quem disse para Uwe Boll, que ele tinha algum talento na direção de filmes? Quem foi essa pessoa????
Sem pensar muito, esse é um dos piores filmes que já assisti em minha vida(e olha que não foram poucos). Um enredo cheio de clichês, diálogos fracos, piadas sem graça, muita má interpretação por parte dos atores, uma fotografia péssima, uma escolha de câmera horrível. Quer mais? Ele descobriu como fazer um efeito 360 na câmera e usou isso 35 vezes em 30 minutos. Boll ainda conseguiu fazer uma das piores cenas de ação de todos os tempos, quando os personagens, tentando preencher a falta de roteiro, ficam atirando durante quase meia hora em zumbis(muito mal feitos, por sinal). Sem saber coordenar passagens de tempo, o filme é arrastado, cansativo, sem graça, com péssimos efeitos, péssima trilha sonora e estou tentando achar mais áreas de um filme para falar mal, mas acho que é só isso. 

Depois dessa bomba, só tenho a dizer uma coisa: corra sem pensar quando chegar perto de qualquer filme desse cara. Exemplo: Em nome do rei, BloodRayne, Postal e Alone in the Dark.

Você não vai se arrepender de não alugá-los.(A Will me fez este alerta e eu não ouvi)