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Oscar 2011: E a máfia vence novamente no Brasil

Oscar 2011: E a máfia vence novamente no Brasil

Na quinta-feira (23/09) tivemos a notícia de que Lula: O filho do Brasil foi o escolhido pela academia de cinema brasileira para representar o país na briga por uma vaga no prêmio mais cobiçado do cinema: o Oscar. A reação foi quase unânime: Como assim? O elefante branco de 16 milhões de reais que não conseguiu sequer empatar o custo de produção e foi ignorado pela crítica por se tratar de um dramalhão a la Dois filhos de Francisco, mas sem o sucesso do anterior despertou a discussão sobre a política de escolha dos filmes ao oscar no Brasil. Os últimos 3 anos trouxeram ao Brasil não mais do que a qualidade de espectador, que ano passado, culminou na vitória da Argentina com o ótimo O Segredo de Seus Olhos. Em 2007, enviamos Última Parada 174, filme que de artístico não apresentava nada, exceto a direção do já nomeado ao Academy Award, Bruno Barreto. Aparentemente, para a academia, não foi o suficiente para sequer cogitar o filme na lista de indicados. No ano passado, Sérgio Rezende com o fraco Salve Geral fez feio tanto fora quanto no Brasil, e por algum motivo foi o classificado pela Academia Brasileira, que ignorou A Festa da Menina Morta e Se nada Mais der certo, dois filmes que ganharam repercussão mundialmente. E por fim, o chefe do clã Barreto produziu o filme que todos sabiam que iria para a premiação por mais anêmico que seja.

Pois bem, não é uma simples coincidência. Depois de ouvir o presidente da academia brasileira despejar a bobagem mor ("não enviaremos o melhor filme, mas o que tem mais chance de ganhar", como se ganhar não tivesse nada a ver com qualidade, como atestam os vencedores passados), temos o tráfico de influências corroendo não apenas nas câmaras políticas, mas também nos bastidores da Secretaria de Cultura. Em perfil publicado na revista Piauí, Luiz Carlos Barreto apresenta sua influência no cenário nacional, principalmente no que diz respeito às políticas de incentivo a produção. É clara a sua importância no cinema nacional, mas utilizá-la para tirar a chance de outros filmes esmerados de participarem de uma corrida de tanta importância é nilismo em excesso.

Não tiro os méritos políticos e cinematográficos de Lula o Filho do Brasil, mas acredito que uma escolha como essas deve ser repensada pela Academia Brasileira de cinema e dar mais atenção aos novos talentos que surgiram no Brasil. Esses podem não ser tão importantes ou famosos agora, mas mesmo um Barreto já foi um zé-ninguém qualquer que buscava oportunidades.

Terror em primeira pessoa: REC² e O último exorcismo

Terror em primeira pessoa: REC² e O último exorcismo

Eu tinha 12 anos quando saí da sessão de Bruxa de Blair completamente aterrorizado com o que acabara de presenciar na tela. A forte campanha de marketing do filme havia me convencido de que se tratava de uma história real e a experiência imersiva nunca vista antes me nocauteou. Mesmo sabendo tratar-se de uma farsa, o filme foi um divisor de águas na minha vida. Hoje entendo que boa parte do que presenciei naquele dia foi devido a uma técnica que viria a me proporcionar as sensações mais aterradoras no cinema desde então. Cloverfield buscou mais o lado do extraordinário e da fantasia mas Rec trouxe de volta aquele sentimento que em quase 10 anos não pude presenciar. Se Atividade Paranormal não foi meu filme favorito, ao menos conseguiu ressuscitar o medo do escuro e do desconhecido. Neste ano, tive a oportunidade de encarar duas sessões do estilo com Rec 2 Possuídos e O Último Exorcismo. São dois filmes que bebem diretamente nas escolas que representam: Rec pelo fantástico vertiginoso de Cloverfield e O Último Exorcismo nas entrelinhas de A Bruxa de Blair. Ambos honram seus predecessores até o último minuto.

Rec 2 – Possuídos

NOTA: 8 / 10

[REC]²
Espanha , 2009 - 85 min.
Terror

Direção:
Jaume Balagueró, Paco Plaza

Roteiro:
Jaume Balagueró, Paco Plaza, Manu Díez

Elenco:
Jonathan Mellor, Oscar Sanchez Zafra, Leticia Dolera, Ariel Casas


“Não pare de gravar por tu puta madre”. A repórter desesperada assinala as palavras pouco antes da equipe da Swat, com as melhores armas e microcâmeras nos capacetes invadir o prédio que deu origem aos eventos vistos em Rec. Dessa vez, a histeria parece ser geral. A equipe não tem piedade e dispara fogo a torto e a direito, acompanhada de um “especialista” do Ministério da Saúde. A missão: Encontrar um antídoto. Mas como antes, não será apenas uma missão de rotina. O clima pesado do final do primeiro filme já entra de sopetão nesta continuação, que se não é tão boa quanto o original, ao menos sabe levar adiante o legado de Rec. O sangue vem aos borbotões aqui e começamos a nos deparar com revelações que podem levar a série para um outro rumo e, assim, garantir uma história ainda mais original e aterradora do que o esperado. A pressão psicológica eclode principalmente em duas cenas assustadoras, que por um acaso, não são culpas dos zumbis. Por fim, novamente temos os minutos de tensão potencializados, quando as revelações só podem ser observadas pelo infravermelho de uma câmera. Se o final não surpreende tanto, ao menos temos a chance de observar um pouco mais de Ângela e entender afinal o que aconteceu entre uma história e outra.

O Último Exorcismo

NOTA: 8,5 / 10

The Last Exorcism
EUA , 2010 - 87 min.
Terror

Direção:
Daniel Stamm

Roteiro:
Huck Botko, Andrew Gurland

Elenco:
Patrick Fabian, Ashley Bell, Iris Bahr, Louis Herthum, Caleb Landry Jones, Tony Bentley

O reverendo Cotton é um homem que não se importa de ser chamado de charlatão. Ele apenas tenta fazer o bem pelas pessoas que “exorciza” ao mostrar para elas que tudo não passa de um problema psicológico. Depois de 47 exorcismos, uma equipe resolve documentar esse último trabalho. Em uma fazenda, uma garota que vive com o pai e o irmão parece possuída por um espírito maligno e só Cotton poderá enfrentá-lo. Produzido por Eli Roth, o filme custou $1,8 milhões e arrecadou 20 em seu primeiro final de semana. Não é à toa, exorcismo não apenas é um tema popular no cinema, como também tem grandes adeptos no pentecostalismo americano (e brasileiro). Essa sensível linha entre o real e o imaginário é o ponto central da trama que irá questionar o espectador durante quase a totalidade do filme antes da virada final. E devo dizer que esse momento realmente me perturbou. Desde 1999 não sentia algo tão opressor em uma sessão de cinema quanto em o Último Exorcismo. Sem pressa o filme consegue tirar toda pretensão e entrar onde você menos pode esperar: no obscuro da sua alma.

Resident Evil 4: Recomeço - Menos Milla, mais 3D

Resident Evil 4: Recomeço - Menos Milla, mais 3D

NOTA: 7,5 / 10

Resident Evil: Afterlife
EUA , 2010
Ação / Suspense

Direção:
Paul W.S. Anderson

Roteiro:
Paul W.S. Anderson

Elenco:
Milla Jovovich, Ali Larter, Kim Coates, Shawn Roberts, Sergio Peris-Mencheta, Spencer Locke, Boris Kodjoe, Wentworth Miller, Sienna Guillory, Kacey Barnfield, Norman Yeung, Fulvio Cecere, Ray Olubowale, Christopher Kano, Tatsuya Goke, Nobuya Shimamoto, Peter Kosaka, Denis Akiyama, Kenta Tomeoki, Shin Kawai, Mika Nakashima


A tomada inicial sobe lentamente pelas pernas de uma garota parada na chuva enquanto centenas de guarda-chuvas, brancos e vermelhos, passam por ela. Ao final, ela ataca sua primeira vítima e a infecção se espalha por todo o mundo. Isso acontece pouco depois de Alice ter sido capturada pela Umbrella Corporation, 4 anos antes de Resident Evil 4: Recomeço. Sem diálogos geniais, apostando no visual apurado, o filme conseguiu resgatar a identidade do videogame e se dedicar ao que mais interessa: tiros, zumbis e muitos efeitos especiais, potencializados por um 3D que, temo em dizer, mais interessante que o próprio Avatar.

Paul W. S. Anderson, diretor e roteirista do primeiro filme, voltou a série para contar o que aconteceu com Alice, após a humanidade tentar recomeçar sua vida. O que ela vai descobrir é que nem tudo que reluz é ouro.

Sou um partidarista completamente anti o diretor Paul W. S. Anderson. Se o primeiro filme de Residente Evil me surpreendeu bastante, devo dizer que fiquei decepcionado com Alien Vs Predador e Corrida Mortal além de outras porcarias que ele dirigiu. Minha surpresa é que ele se encaixa perfeitamente em Resident Evil. Não adianta ser ranzinza, o filme é sem dúvida um dos mais divertidos do ano e um dos poucos que me fez querer voltar ao cinema mais algumas vezes. Tudo isso deve-se a tecnologia 3D, finalmente honrada como James Cameron sempre desejou. Ao invés de apelar para a conversão como muitos diretores pensaram ser uma boa ideia (e não é!), Anderson abraçou a tecnologia 3D e utilizou as mesmas câmeras de Avatar. O resultado é surpreendente. Nunca algo voou tão perto de você ou grudou nos seu óculos de maneira tão realista quanto o sangue neste filme. As cenas com paisagens, as lutas, a profundidade e até a claustrofobia causada pelas cenas produzidas tornam a experiência de Resident Evil 4 angustiante como o filme deve ser.

Enquanto isso, do lado do elenco, nada de novo no front. Milla Jovovich está como sempre: muito dedicada e bonita. Mas sua atuação deixa a desejar. E no único momento em que talvez ela pudesse aparecer seminua, o diretor corta o barato. Pena. O primeiro soube jogar muito bem com a nudez da atriz e pode ter certeza que isso enriqueceu muito mais o filme. Fora ela, os personagens clássicos do apocalipse estão lá: o líder justo, o traidor repulsivo, o assassino misterioso e as carnes para abate coadjuvantes.

O roteiro também não é lá essas coisas e serve apenas de justificativa para o banho de sangue e os objetos atirados na plateia. Anderson disse que visualizou todo ele em 3D, mas acredito que ele esqueceu de ler de novo no final. É bobinho, mas dane-se, ninguém dá bola pra ele mesmo.

A direção tem falhas gravíssimas. Destaque para a cena final onde a foto de dois personagens aparecem nos arquivos de uma câmera criogênica meio minuto depois deles serem presos (você vai entender quando assistir). O filme é sim indispensável para ser assistido no cinema e em 3D. Não adianta perder tempo com as cópias em 2D seu mão-de-vaca, não foi para isso que o filme foi feito. Aliás, tem uma cena pós-créditos feita para os rapazes da sessão.

Vale dizer que conferi o filme na nova sala 3D do Cinesystem Shopping Total, que foi devidamente reformada e está demais!

Aproveite!

Daybreakers - Uma ode aos malditos vampiros chupadores de sangue

Daybreakers - Uma ode aos malditos vampiros chupadores de sangue

NOTA: 8,5 / 10

Daybreakers
Australia/EUA, 2009 - 98 min.
Terror / Ficção Científica

Direção:
Spierig Brothers

Roteiro:
Spierig Brothers

Elenco:
Ethan Hawke, Willem Dafoe, Sam Neill

Crepúsculo criou uma legião de fãs que aceitam vampiros politicamente corretos e amor imortal. De uns anos pra cá, assim como o cinema foi invadido por obras que lembram a obra-prima de Stephenie Meyer também criou obras que resolveram recuperar a honra dos chupadores de sangue sem poupar no sangue ou na estilização das criaturas da noite. Sem dúvida o maior nome dessa classe é o excelente filme sueco Deixa Ela Entrar, perturbador e que resgata com classe os ícones da lenda. Daybreakers ou, no Brasil, 2019: o ano da extinção (péssimo nome para variar), não chega a ser um clássico, mas tem qualidades que não devem ser abandonadas ou ignoradas pelos amantes de histórias de vampiros.

A história se passa em 2019, dez anos depois que a praga dos vampiros se instalou na terra. O mundo é dominado pelos chupadores de sangue, que cultivam humanos para abastecer a população com sangue. Mas a raça humana está quase extinta e os vampiros buscam uma solução para que a falta de alimento no mundo não crie uma raça insandecida de criaturas da noite.

A direção dos Spierig Brothers, à frente de um filme de grande orçamento é insegura. Se no começo o filme parece oferecer todos os elementos para tornar-se um Sci-fi cult ao estilo de Gattaca ou a atmosfera de um Blade Runner, aos poucos, debanda para o trash e queda para o lado gore da força. A fotografia pálida e escura do começo do filme utiliza de princípios que já estamos careca, constrastando o azul frio com o vermelho do sangue, presente em portas, roupas da garçonete e mesmo no café dos vampiros. Quando a sombra se apodera do local, são os olhos vermelhos que ressaltam a natureza desse povo aparentemente normal que estamos acompanhando. Ao passar da história, conforme o personagem de Ethan Hawke evolui, os ambientes vão ficando mais claros e quentes até o final road movie. É tudo muito didático e previsível, mas nesse caso, funciona e muito bem. Fora isso, os efeitos são competentes para o baixo orçamento e o enredo, querendo ou não, prende você até o final.

O elenco é um caso a parte. Conseguir juntar três atores como Ethan Hawke, Willem Dafoe e Sam Neill com menos de 20 milhões é uma proeza. Se o protagonista, imortal e frágil, mortal e kick-ass de Hawke tenta dar um pouco de drama e peso para a história, o personagem de Dafoe é o alívio trash. O ator tem uma capacidade de mesclar atuações soberbas em filmes como Anticristo e se prestar para ser o mentor caricaturado e trash de um filme de baixo orçamento. Em determinado momento recita uma impagável linha que demonstra a seriedade de seu personagem: Fuck it, let's have a barbecue!

(Pausa para reflexão)

Depois dessa frase nem sei se devo continuar a falar das atuações, porque Dafoe é o melhor personagem de histórias de vampiro em anos e leva o filme nas costas. É dele a última e óbvia cena totalmente non-sense de Daybreakers, mas essa deixo para que você se delicie imaginando qual deve ser.

O roteiro é inteligente por tentar realmente mostrar todos os aspectos da vida dos vampiros como sociedade basicamente noturna, mas adaptada ao sol maligno (?). Os diretores sabem que o filme poderá não ter uma sequência e tentam saciar a dúvida dos possíveis seguidores que Daybreakers irá formar. É importante essa construção da história pois potencial para se tornar um cult de ficção científica o filme tem. Outro detalhe importante é mostrar a transformação que os vampiros sofrem quando não consomem sangue humano e voltam a ser mais próximos de seu parente Nosferatu. Se os humanos estão perto da extinção, os vampiros estão ainda mais perto do canibalismo e da loucura como pode ser constatado.

Quando o Daybreakers decide ser gore, consegue e muito bem. São cabeças que explodem, vômito e um balé em câmera lenta da carnificina dos soldados uns contra os outros. A execução de nosferatus é brilhante, mas nada supera Sam Neill amarrado em uma cadeira e pagando por seus pecados. A cena entra para o hall das mutilações mais animalescas do cinema, junto com obras como Dia dos Mortos, realizada por Tom Savini. O que destaca essa produção também é a utilização de maquiagem real e não apenas efeitos especiais nessas cenas.

Por isso, Daybreakers é um filme que não merecia o tratamento dado a ele no Brasil, com um título vergonhoso e direto em dvd. Não é um exemplo de bom cinema, mas uma boa pista do que o cinema sci-fi e trash representa e que, principalmente, traz de volta o bom e velho asco aos malditos vampiros chupadores de sangue.

Karate Kid - Xiao Dre é o Daniel San do século 21

Karate Kid - Xiao Dre é o Daniel San do século 21

NOTA : 7,5 / 10

Karate Kid
EUA , 2010 - 140 min.
Ação / Drama

Direção:
Harald Zwart

Roteiro:
Christopher Murphey

Elenco:
Jaden Smith, Jackie Chan, Taraji P. Henson, Han Wenwen, Rongguang Yu, Zhensu Wu, Zhiheng Wang, Zhenwei Wang, Jared Minns, Shijia Lü, Yi Zhao, Bo Zhang, Luke Carberry, Cameron Hillman, Ghye Samuel Brown, Rocky Shi, Wang Ji, Harry Van Gorkum, Tess Liu, Xinhua Guo, Jijun Zhai, Shun Li, Tao Ji, Chen Jing, Wentai Liu, Geliang Liang, Xu Ming



Tire a jaqueta. Pendure a jaqueta. Jogue no chão. Pegue a jaqueta. Coloque a jaqueta. Tire a jaqueta. Como isso vai ensinar alguém a lutar kung fu? Ensina tanto quanto pintar uma cerca ou encerar um carro. São pequenos elementos que funcionaram no primeiro Karate Kid e que repetem-se no remake que funcionam melhor ou tão bem quanto no original. O remake ainda assim consegue ir além e realmente trazer dramaticidade, atualidade sem nunca perder o foco ou desdenhar o original. Tendo na produção um astro competente como Will Smith, não poderíamos esperar outra coisa.

A história mostra o garoto Dre e sua mãe que viajam para a China. Lá, ele terá que se adaptar aos novos costumes e enfrentar os garotos do dojo local, tudo com a ajuda de um misterioso zelador.

A direção de Harald Zwart, de filmes pouco relevantes, ao menos não compromete. É didática, ou seja, faz questão de reforçar de 5 em 5 minutos que essa China apesar de moderna, ainda é a China socialista e tradicional que tem a estrela da União Soviética como sombra. Basta ver nas tomadas mis en scene que insistem em enquadrar a dita estrela nas cenas do colégio. Também sai o kimono preto dos adversários para a entrada do vermelho, que claro, será destroçado pelo branco de Bruce Lee: o chinês mais ocidental de todos os tempos. Apesar disso, a direção mantém o bom nível de tensão do filme e ótimas cenas de ação e luta que empolgam.

A pancadaria quando começa não para. E dá-lhe Jaden Smith tomando porrada até não querer mais, caindo e se retorcendo. As tomadas não convencionais do oriente também encantam. A muralha da China aparece pouco, em comparação com o lindo templo no alto da montanha.

O elenco também responde à altura da lenda. O filho de Smith está ali não por conta do pai, mas pelo talento que conquista. É engraçado e dramático quando necessário, mas principalmente, dedicado ao papel. Está longe de ser ótimo, mas segura o filme. Jackie Chan tem aqui uma das poucas atuações sutis de sua carreira o que é um alívio e um destaque a parte. Assim como o sr. Myiagi, Han tem seus próprios demônio para exorcizar.

O roteiro foi honradamente adaptado. Pontos chaves são mantidos, diálogos também. Mais do que isso, o remake vai além e reforça os pontos fracos do primeiro filme, tirando detalhes inconsistentes e, principalmente, modernizando os conflitos e problemas que surgem com a globalização, sem cair na armadilha de traduzir todos os diálogos. É bom sentir o estranhamento de não entender nada do que os atores falam em alguns momentos.

Karate Kid é uma deliciosa surpresa. Divertido, com bons personagens bem recauchutados, cenas memoráveis. Tem tudo para manter acesa a chama da lenda original e espalhar para os mais jovens alguns conceitos como respeito e equilíbrio. Até o final bruto do filme não se preocupa em explicar demais e encerra a história em um clímax que depois de tanto provocar o espectador e o fazer vibrar com cada golpe, dá a perfeita sensação de missão cumprida.

Se algo derruba o filme é a música tema do garoto Bieber. Mas nesse momento, você já está saindo do cinema.